Relatório do estudo junto dos investigadores portugueses sobre o Acesso Aberto

. 27 de Julho de 2013

Foi publicado o relatório final que apresenta os resultados do estudo que os Serviços de Documentação da Universidade do Minho desenvolveram, em 2012, junto dos investigadores que trabalham em Portugal, no sentido de recolher informações relativamente às suas opiniões, atitude e práticas relacionadas com o acesso aberto.

Estudo sobre os investigadores portugueses e o acesso aberto


O estudo, enquadrado no âmbito dos projetos Open Access desenvolvidos nos Serviços de Documentação, foi realizado através de inquérito por questionário, respondido exclusivamente via web, tendo sido recolhidas 1249 respostas completas.

Do conjunto de resultados obtidos destacam-se o conhecimento generalizado (97%) sobre o conceito de acesso aberto e o muito elevado nível de concordância (92%) com o princípio do Acesso Aberto aos resultados de investigação financiada com recursos públicos. No entanto, verifica-se uma diferença significativa entre a opinião e adesão aos princípios do Acesso Aberto (manifestada por mais de 90% dos participantes) e a prática efetiva do Acesso Aberto que foi declarada por apenas 70% dos que responderam.

Os resultados evidenciam uma opinião muito favorável (83% de concordância) à eventual definição de uma política mandatória da Fundação para a Ciência e Tecnologia, requerendo o acesso aberto às publicações resultantes do seu financiamento. É igualmente significativo o resultado obtido quanto ao cumprimento dessa política mandatória registando-se apenas 1% de respostas indicando a intenção de não cumprimento, e 85% de respostas indicando a intenção de cumprimento integral.

Os resultados evidenciaram também um desconhecimento significativo dos investigadores face a políticas (institucionais e/ou da União Europeia) de acesso aberto às quais já estariam sujeitos. Também aqui se revela portanto uma diferença significativa entre a opinião e o conhecimento e prática dos investigadores em Portugal.

Em função dos resultados obtidos, apontam-se duas conclusões gerais que podem ser dirigidas às instituições que financiam e/ou realizam investigação em Portugal:

1. Existe espaço para a definição de políticas que exijam a disponibilização em acesso aberto das publicações dos investigadores portugueses, uma vez que estes evidenciam um elevado grau de concordância e “boa vontade” relativamente a elas;
2. Para garantir um elevado nível de adesão e sucesso dessas políticas será necessário facilitar o cumprimento das políticas por parte dos investigadores, prosseguir atividades regulares de sensibilização, informação e divulgação e implementar mecanismos de monitorização das políticas definidas.

O texto integral do relatório está disponível no RepositóriUM em http://hdl.handle.net/1822/23391, onde também podem ser obtidos os dados do inquérito em http://hdl.handle.net/1822/23392.

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Diretor dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho

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